sexta-feira, 13 de junho de 2008

Às vezes, menina; mulher. Convivo comigo 24 horas por dia. Mesmo quando durmo, meus sonhos contêm minha presença. Conheço cada centímetro do meu corpo. Já sei sair bem em fotos. Sei quando me afeta, quando não me afeta e quando pode ser que sim e que não. Sou íntima de mim mesma. Gosto da minha companhia e converso comigo em voz alta. Tenho variados tiques nervosos. Tenho dificuldade de olhar meus próprios olhos no espelho por muito tempo. Fico com vergonha! Intimidada. Sou defensiva. Desisto rápido de quem não gosta de mim. Ou quando é o que parece - pra mim. Não sou egoísta. Mas as vezes preciso de espaço, solidão. Escondo lágrimas atrás de sorrisos (des) pretenciosos. Sou frágil. Sou forte.
Sinto-me uma transeunte. Passo pela vida andando, meio lenta, meio rápida. Olho o relógio, as horas continuam lá e não faz a menor diferença o posicionamento dos ponteiros. O tempo é falho. Dependendo a situação, é claro.

Sinto-me como a claridade do sol nas manhãs de verão. O frio e a nostalgia das noites de inverno. A cor e o sabor do vinho tinto. A maciez da areia da praia e, a profundidade do mar. A alegria da esperança e, a tristeza da desilusão. A complexidade e a infinitude de ser humana.

Legitimidade e intensidade andam sempre muito juntas no meu humilde julgamento. Quero que o Mundo seja um pouco mais sublime do que se espera. Um pouco mais doce. Quero laços que não desatam e lembranças que não se apagam. Quero viver numa colônia de barreiras invisíveis, em pleno território público, onde o centro da cidade é o Mundo. Encontrar pessoas diferentes, mas de intenções mútuas, amigos de escudo e espada. Ser fiel aos tratos até quando não tem ninguém olhando, em todos os sentidos. Se eu tivesse uma ilha, levava pra lá só espírito, mesmo que nossos corpos tivessem que ir junto. Talvez eu não tenha uma ilha, mas muito em breve financiarei um apartamento.

Meus quadros não tem guarda chuva e eu não sou feita de açúcar. Sou atraída por segredos, enigmas e frases de impacto. A simplicidade também me seduz, assim como a calma e os furacões.. de vez em quando. Sim, no mais, sou inconstante, um ou outro insiste em dizer que eu sou xarope – tenho que admitir. Complicada algumas vezes também, mas é superável. A curiosidade talvez um dia me traga coisas que desejo e escrever talvez seja meu calmante pessoal. Não que eu precise, mas gosto; me distrai. Não que ache bom – nem sempre, mas é o que sinto. E ao contrário de muitos ócios por ai, isso pode ser um prelúdio para minhas quimeras.. quem sabe, a certeza de que o amanhã é incerto, é mesmo o que me acalenta em dias frios..

Quem acredita no amor, o reinventa todos os dias, de várias maneiras, com muita poesia. Falando em poesia, esta particularmente, me agrada horrores.

Por A. S.

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