quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Será que escrevendo consigo encontrar a resposta pra esse nó na garganta? Esse aperto no peito? Sobrecarregada, é assim que me sinto. Sem tempo pra  mim, sem tempo para o meu amor. A Experiência de ser mãe é maravilhosa, porém cansativa. O Nicolas suga, inevitávelmente toda minha energia, minha calma e minha tranqüilidade. Tem sido difícil. Esse turbilhão de sentimentos tem tomado minha cabeça e feito eu perde-la. Preciso de atenção, de um momento pra que eu possa me sentir bem sem preocupação. Pelo menos algumas horas seria bom.
Esse trabalho de mãe 24hrs é cansativo. Céus, e como!! Espero que não tenha conseqüências ruins todo essa minha angústia, e que passe logo.

Dia-a-Dia

Eu sou intensa. E vou morrer assim. Por mais que eu tente puxar o freio de mão, as emoções me dominam e pulam de dentro de mim desesperadamente. Por isso, sou a favor do amor, da verdade, da vontade. Não sou a favor da traição e da mentira. Procuro fazer o bem e ficar em paz com minha consciência e meu coração, mas de vez em quando cometo deslizes humanos.

Sinto ciúme, faço fofoca, falo palavrão e tenho dias azedos. Sou quase normal e quase louca. Não sei muita coisa, mas procuro estar com os olhos e ouvidos abertos para absorver tudo que a vida me dá. Adoro viver, a ideia de um dia morrer me assusta. E eu amo, amo demais. Tenho um amor imenso pelas pessoas que são importantes na minha vida. Hoje, consigo separar e saber quem é meu amigo, quem é colega, quem é conhecido. Apesar disso, convivo bem com todos. Pouca gente sabe a fundo da minha vida e de mim, eu disfarço. Não gosto de me expor.

Hoje, falando com uma amiga, ouvi a seguinte frase "pela mulher que você é, a pessoa que está contigo tem que te dar o céu". Fiquei pensando nisso. O céu é tão grande, tão cheio de estrelas, tão lindo. Será que eu mereço? Me peguei pensando em coisas - parecidas - que já ouvi. É, as pessoas me enxergam como uma mulher e tanto. Percebi que minha autoestima anda em queda livre, baixíssima. Acho que já faz algum tempo que ando assim, me sentindo um nada. Então, quando ouço esse tipo de coisa fico me perguntando: mereço? Sou tudo isso? Será?

Decidi me olhar no espelho. Vi uma mulher com nariz delicado, boca bonita, olhos expressivos, cabelo de bebê, sardas. Vi uma mulher bonita, mas esquecida. Vi uma mulher que precisa usar filtro solar todos os dias e ir na dermatologista para prevenir os efeitos do tempo, afinal, os trinta já chegaram. Vi uma mulher que precisa perder vários quilos. Vi uma mulher que anda sorrindo pouco. Vi uma mulher que sente tanto, mas anda tão cansada que mal olha para si mesma. Sabe, tem coisas que ficam. Um dia, ouvi coisas pesadas, fortes, feias. Se fosse de qualquer um, tudo bem. Mas não. Era de uma pessoa importante. Uma das pessoas mais importantes da minha vida. E essa coisa ficou dentro de mim. Levou fermento. Cresceu. Se instalou. A partir daí, olho para o espelho e não vejo essa mulher bonita. Vejo uma pessoa insegura, com a autoestima lá no chão, vejo uma pessoa que não sabe se é capaz. Isso me assusta um pouco. Tem palavra que fica. Tem sentimento que foge. Tem coisa que agride.

Eu, que adoro rir, nunca ri tão pouco. Meu riso e meu sorriso andam acanhados, tímidos, preferem ficar do lado de fora da festa observando tudo que acontece. Ando séria, introspectiva, fechada, refletindo sobre a vida. Me aconteceram coisas tão boas. Delas, procuro lembrar sempre. Me aconteceram coisas tão ruins. Delas, tiro lição. Dois mil e dez foi um ano marcante. E doído. Sei que não acabou ainda, mas já sentei no balanço para lembrar do que foi, do que não volta, do que ficou.

Em alguns momentos, a gente precisa de mais do que nos dão. Certos períodos são delicados, exigem mais atenção, cuidado, amor, dedicação, delicadeza. Acho que é isso: tô precisando do céu. Minha amiga tem razão. Mereço o céu. Mas a gente não pode esperar que alguém nos dê. Por isso, procuro meu lado zen, quem sabe, assim, evoluo de uma vez por todas e aprendo que a gente deve contar é com a gente mesmo. E fim.