sexta-feira, 31 de outubro de 2008


Camarada d'onde vem essa febre
Nossa alegria breve, por enquanto nos deixou...
Camarada viva a vida mais leve
Não deixe que ela escorregue
Que te cause mais dor

Caixa d'água guarda a água do dia
Não cabe tua alegria
Não basta pro teu calor
Viva a tua maneira
Não perca a estribeira
Saiba do teu valor

E amanheça brilhando mais forte
Que a estrela do norte
Que a noite entregou!

Camarada d'água
Fique peixe de manhã, de madrugada
Fique todo hora que for

"Você é riacho e acho que teu rio corre pra longe do meu mar...
mar marvado seria o rio
que correndo do meu riacho... levaria o que acho
pra onde ninguém pode achar..."

Como pode um peixe vivo viver fora da água fria?
Como pode um peixe vivo viver fora da água fria?
Como poderei viver, como poderei viver sem a tua,
sem a tua, sem a tua companhia?
Sem a tua, sem a tua, sem a tua companhia?

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Fiz um castelo, ou foi uma casa, ou foi um Céu.
Na minha suposta verdade não existiu nenhum castelo,

e dentro dele eu guardava minhas fantasias.
Meus papéis eram jogados de escada abaixo
e voavam pelas centenas de janelas
e se debandaram na transparência das letras.
A tinta era fraca; fechei janelas,
portas e fendas para que o jarro enfeitado de flores não se quebrasse.

Murcharam...

Acendi todas as velas, lâmpadas e fiz o fogo nas brasas para que o Sol não se fosse:
a noite caiu lavando meus risos de Estrelas.

Nada poderia deter o Tempo, e a fantasia, nem mesmo agora, poderia ser meu albergue.