terça-feira, 18 de novembro de 2008

Há tanto para te falar, não só do que eu li nos livros, não só do que eu ouvi nos discos.
Há tanto para te falar, não só do meu refugio, não só do meu orgulho.
Há tanto para te falar, sobre aquela conversa inacabada, aquela criança perdida ou aquela conta não paga.
Ah se eu fosse começar a falar de brigas, de mim, de ti ou do todo.
O medo que segura o meu eu, não dorme, não acaba o medo meu.
O sonho que eu tive está guardado num baú de memórias frias.
Vi que as palavras já não tem a força que um dia elas tinham.

Saudade não há nem porque falar, já que nem faz sentido. A dor não tem mais explicação e o sorriso nem é mais verdadeiro.
O mundo se escondeu em ruas curtas, becos que são para poucos e tudo ali fora não convém se não for dos jeitos teus.

Minha indignação me sufoca e não falo; mas também não calo.
Vivendo em cirandas de prazer, onde nada parece fazer sentido.
Nem Cazuza, nem Lenine ou Belchior..
Nem Legião, pais e filhos ou caboclos em faroestes.
Teatros mágicos não encantam, já que a magia se perdeu.

Um dia me passou pela cabeça – falo, mudo e penso antes que eu esqueça – que tudo poderia ser um pouco (muito) diferente.
Que Raul ainda espera o trem..
Lucy, Yoko e Janis não vivem mais numa fase de novidades..

Vive, muda, falem.. Ninguém agüenta!
Ninguém suporta o hoje e ninguém faz nada para o amanhã.

Acreditando na força do silêncio, todos se calam.
Esperando verdades de criança, todos envelhecem e já que pequenos príncipes não existem..

.. a lua e todo o universo continua distante.

Por A.S.

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